Ficha-Resumo
Microbiota estreptocócica associada com a formação inicial
da placa dental
Autor: ALMEIDA, P. F. , FRANÇA M. P. , SANTOS S. P. , MOREIRA R. S. , TUNES U. R. , R. Ci. Méd. Biol., Salvador, v. 1, n. 1, p. 33-41, nov. 2002
O artigo tem como proposta mostrar que a identificação e quantificação dos estreptococos que iniciam a colonização das superfícies dos dentes no biofilme complexo da placa dental, bem como a compreensão das relações funcionais entre eles e outros membros são fundamentais para avaliar e, controlar os processos que essa comunidade inicial desempenha. Na cavidade oral,os dentes apresentam uma superfície dura não descamativa que favorece ao desenvolvimento de grandes depósitos bacteriano que no contexto do sistema estomatognático são denominados de placa dental ou placa bacteriana e,recentemente, biofilme oral. A colonização primária é feita predominantemente por cocos,especialmente por espécies de Streptococcus que compreende muitas espécies de anaeróbios facultativos,comensais e patogênicos que colonizam a pele e membranas mucosas dos tratos respiratório,genitourinário e canal alimentar de humanos e outros animais mamíferos. As bactérias na placa estão geralmente ligadas a uma película orgânica de natureza salivar formada pela adsorção seletiva de glicoproteínas salivares pela hidroxiapatita. Considera-se a formação da película adquirida como o primeiro estágio para o desenvolvimento da placa pois aumenta a eficiência da adesão, é constituída de uma mistura complexa de substâncias
incluindo proteínas, glicoproteínas,fosfoproteínas, lipídios, mucinas e ácido siálico, servindo como receptores e fonte de nutrientes para os colonizadores primários. As bactérias aderem, a estas superfícies de forma variável,algumas possuem estruturas específicas de adesão, como fímbrias e polímeros extracelulares, que permitem uma rápida adesão ao contato.
Nesta fase, o microambiente é favorável para o estabelecimento de S. mutans e S. sobrinus, os quais se aderem aos colonizadores intermediários. Os polissacarídeos produzidos por estes organismos atuam como um cimento, mantendo as células aderidas entre si, formando o ecossistema da placa dental,como nesta etapa a placa não é muito permeável à saliva, os ácidos formados pelo metabolismo desses microrganismos não podem ser diluídos ou neutralizados, ocorrendo a desmineralização do esmalte, produzindo a lesão que inicia a cárie.
Para identificar e quantificar os estreptococos foram preciso experimentos,os quais fizeram tais materiais e métodos.Iniciou-se com um estudos in vitro da microbiota estreptocócica associada com a formação inicial da placa dental ,logo após um isolamento e contagens bacterianas e indução in vitro do potencial de adesão dos estreptococos isolados.Posteriormente fez-se um experimento de adesão e obteve-se uma microbiota estreptocócica associada com a formação inicial da placa dental.
Conforme análise dos resultados percebe-se que existe uma progressão ordenada no crescimento da placa dentária com alterações nas proporções relativas das diferentes populações microbianas, graças às diversas afinidades das diferentes bactérias às alterações dinâmicas da superfície da placa. Outros fatores como o pH, nutrientes disponíveis e potencial de oxidação e redução irão também contribuir para o fenômeno da sucessão bacteriana,visto que os microrganismos placogênicos são inibidos quando o pH encontra-se baixo, enquanto as bactérias cariogênicas, como o Streotococos mutans e lactobacilos, são estimulados a crescer.
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