Ficha-Resumo
Terceira dentição: uma visão geral do seu desenvolvimento
Autor: Daltoé F. P. , Miguita L. ,Mantesso A. , RGO, Rev. gaúch. odontol. (Online) vol.58 no.3 Porto Alegre jul./set. 2010
Este artigo se compromete em abordar técnicas para o desenvolvimento dos biodentes, suas vantagens, desvantagens e perspectivas de aplicabilidade clínica futura.
Periodicamente os dentes são usados e cuidados, porém ainda são perdidos total, ou parcialmente, com muita freqüência devido a cárie e a doença periodontal que são as principais razões pra que isso ocorra, mas trauma e doenças genéticas também estão entre os fatores mais etiológicos prevalentes.
Os aspectos morfológicos e funcionais da dentição são reflexos diretos das características genéticas intrínsecas a cada espécie.A partir da perda da segunda dentição que será permanente,há milênios que o ser humano tenta substituí-la por vários tipos de materiais,mas o melhor que se conseguiu fazer até o momento foi implantar pinos metálicos e revesti-los com coroas cerâmicas.No entanto,com os recentes avanços nas pesquisas com células-tronco e no desenvolvimento de técnicas de engenharia de tecidos, assume-se agora a possibilidade de substituir um dente perdido por um órgão biológico capaz de representá-lo em todos os seus aspectos.
A engenharia de tecidos surgiu em 1993 com o médico cirurgião Joseph P. Vacanti e o engenheiro químico Robert S. Langer que buscavam maneiras de se manipular células em laboratório a fim de construir órgãos e tecidos para transplante, e após firmaram parcerias com a pesquisadora Pamela C. Yelick, almejaram a possibilidade de também de construir dentes. O interesse da engenharia tecidual voltada à confecção de dentes/tecidos dentais apresentam duas grandes vantagens,são acessíveis e não essenciais para a vida. Descobriu-se, recentemente,a partir do desenvolvimento e refinamento de diversas técnicas de engenharia tecidual que existem diferentes tipos de células-tronco nos diversos tecidos dento-maxilo-faciais, úteis não só para reparação e regeneração de estruturas dentais, mas também para recuperar áreas perdidas ou danificadas de outros órgãos ou tecidos do corpo, são exemplos as células-tronco encontradas na polpa dental de dentes permanentes e decíduos, no ligamento periodontal, no folículo dental e na papila apical.
O desenvolvimento de terceira dentição refere-se à confecção de substitutos biológicos (biodentes) para os dentes perdidos ou ausentes. Isso se dá por meio do uso de técnicas de engenharia tecidual e fontes celulares que, após terem sido corretamente manipuladas culminam com a formação de estruturas/tecidos dentais.Atualmente, quatro são as principais técnicas utilizadas,porém as duas primeiras estão mais perto da aplicabilidade clínica futura.
Inicia-se pela Técnica do uso de moldes biocompatíveis,seguida da Técnica da recombinação tecidual que objetiva reproduzir na cavidade bucal de um indivíduo adulto o desenvolvimento dental tal qual ele ocorre durante a embriogênese.Logo após realiza-se a Construção dental "de novo" que visa formar os diferentes tecidos dentais utilizando diferentes populações celulares com especialidades específicas,seguida por uma Indução da terceira dentição que se baseia no anseio de se descobrir mecanismos biomoleculares capazes de induzir a odontogênese em tecidos adultos,no qual induzam a proliferação e a diferenciação das células do local e, consequente, formação do biodente.Portanto o conhecimento sobre a biologia das células que envolvem a formação de um dente e seus tecidos de suporte bem como as interações que existem entre célula-célula e célula-tecido ainda precisa ser mais esclarecido, entretanto, o que a ciência foi capaz de desenvolver até o momento é um indicativo de que o desenvolvimento da terceira dentição sinaliza para o futuro da odontologia.
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